domingo, 22 de maio de 2011

Corpo MANIFESTO: artigo sonoro

Ouça abaixo o artigo produzido por Leonardo Andrade, sobre a obra/ação Corpo MANISFESTO, de Mariana Vilela. Você também pode ouvir o artigo em somdoblog.

Corpo MANIFESTO by Leo Andrade

QUAL A POSSIBILIDADE PARA UMA CIDADE DE AFETOS?

QUAL A POSSIBILIDADE PARA UMA CIDADE DE AFETOS?

CIDADE DE AFETOS...

FÉ.

FÉ EM SI MESMA?

ESCREVER OS AFETOS NA CIDADE? INSCREVER-SE NA CIDADE? EQUILIBRAR-SE?

Desequilíbrio.

Em perfeito desequilíbrio o corpo movimenta-se nas ruas criando EM si e nos demais um outro ponto SOBRE a vista. O corpo da artista desterritorializa-se e TAMBÉM ao espaço que preenche, para possibilitar e criar uma nova territorialização, um estado diferente, uma inscrição diferente. Diferente como?

O corpo da artista, da pessoa, do ser e o corpo da cidade passam a não mais andarem em paralelo, como se a rua fosse um lugar de passagem, mas tornam-se um, a cidade como parte da própria travessia do artista enquanto SER.

“Limpe seu nome”, “tel: 4332-6477”, ”Limpeza Urbana”, um poste, uma placa, o transeunte... São agora a obra do corpo em movimento que com cada um desses elementos compõem o todo, A OBRA. A Travessia enquanto passagem acabou... A Travessia enquanto lugar do entre e da potencialidade criadora, transversal é início e meio, sem fim. Uma cobra que engole o próprio rabo.

QUAL A POSSIBILIDADE PARA UMA VIDA DE AFETOS? FÉ EM SI MESMA?

A pele como folha em branco sobre a qual o tempo escreve. O corpo como UM MANIFESTO que é, em verdade, uma janela para ser quebrada e atravessada. Eu vi a pele nua e a vi em construção como obra na cidade, com a cidade, com os outros que desapercebidos transitavam, ou injuriados calavam e gritavam, ou em uníssono choravam e se emocionavam. E havia os que apenas olhavam, como continuam a olhar o mundo passar pelas suas janelas. Eu vi a possibilidade inicial e a obra “finalizada”. O corpo em branco tornando-se manifesto, uma janela fechada esperando para ser aberta e aberta foi, um livro em constante criação. Eu vi uma cuia de esmolas e a artista buscando afetos, entregando afetos. O preto, o branco, o colorido, um guarda-chuvas.

QUAL A POSSIBILIDADE PARA UMA CIDADE DE AFETOS? QUAL A POSSIBILIDADE PARA UMA CIDADE DE AFETOS? CIDADE DE AFETOS...

FÉ. FÉ EM SI MESMA?

INSCREVER-SE NA CIDADE? EQUILIBRAR-SE?

DESEQUILÍBRIO... GUARDA-CHUVA.

Nenhum comentário:

Postar um comentário