Um exercício artístico realizado entre quatro paredes. Piano tocado ao acaso (inexiste o acaso).
Corpos dançam no espaço e sons inauditos ressoam enquanto lê-se um conto sobre um equilibrista, do livro "Espelho no Espelho: um labirinto", de Michel Ende.
Essa semana assisti a uma apresentação de música experimental no II Festival Ibrasotope de Música Experimental (fib 10), realizado no Centro Cultural São Paulo. Na apresentação que vi e ouvi não faltaram recursos eletrônicos, tecnologia, equipamentos, parafernalhas. Mas... faltava vida. Me senti preso no Umbral. Faltou o homem humano de fato inserido na reprodução eletrônica. Não sou purista a ponto de dizer que só consegue-se isso com instrumento tocado ao vivo, não. Acho sim que podemos passar vida em uma experimentação sonora reproduzida. Como? Não sei. Estou tentando descobrir. Acho que primeiramente se passa pelo caminho no não-sintomático. Tomar a arte como vida e vida como estado de arte e se inscrever de fato naquilo que faz, seja o que for.
Na experimentação sonora EQUILIBRISTA, tento dar um pouco de vida ao som. Não sei se consegui ao menos um suspiro, mas estive com isso em mente. Bom, não se carece de mais explicações sobre a obra. Ela se basta. Ouça.
EQUILIBRISTA by Leo Andrade
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