segunda-feira, 17 de maio de 2010

Ainda em Rasgo

O rasgo se dá aos poucos,
cada hora em uma parte do corpo.

"Estou aqui, a teu lado, sou você a te apertar e enclausurar. Sou teu avesso e você não pode se apartar. Estou em tua pele, em seus cantos, no seu íntimo!"

Corpo ardido, rijo, teso
ao avesso.

Corpo + corpo = ∞
na matemática das humanidades, subverte-se a soma

"Você é fraca, Eu sou forte. Eu sou a força que desse jeito, fraco e medroso, não podes alcançar. Levanta-te e anda!"


Eu quero a segurança ou quero o risco?
O risco de naufragar,
o naufrágio como única possibilidade,
possibilidade de viver.

"Nunca te lançarás ao naufrágio. Eu sou o naufrágio, eu sou a tormenta e sua poderosa presença. Levanta-te e andas, estás curada! Só pode se levatar usando minha força. Sem isso, te esmago, te torço, te esgoto, te esvazio e precisa passar por isso para alcançar a cura. Para levantar!"


Eu sou eu, mas também sou o outro.
RISCO É RASGAR O ABSOLUTO.

"Hahahaha! Levanta-te e andas, estás curada!"

5 comentários:

  1. Me responda Soraia:
    Como você entende ou percebe isso que aconteceu com você?
    Você tem consciência do que está fazendo no momento em que está fazendo?

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  2. Querida Cibele, antes de tudo "só sei que nada sei". Mas é estranho dizer, pois não há palavras que cabem ao que realmente sinto. São avalanches de sentimentos que misturam-se deliberadamente. A consciência transforma-se em ações, impulsos, vontades; aliás, ela não passa pela consciência "exata" eu só sei sentir neste momento, se é que posso dizer assim. Gostaria até de trocar um pensamento dito por Descartes: "Penso, logo existo" para Sinto, logo ajo e assim, existo.
    Ah! lembro que as palavras foram feitas para serem jogadas ao VENTO!!

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  3. Mas tem que ser feito na mais plena consciência de SER, de mergulho na tormenta e naufragio em si mesmo. Há que haver consciência senão é frenesi e isso é alheiamento. A consciência não transforma-se, mas transforma o todo quando atinge outro estado. Estado de consciência de si.

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  4. Cibele Mateusmaio 20, 2010

    Sol, eu concordo com o Léo. É preciso ter consciência. Não que eu ache que vc esteve totalmente incosciente, mas fiquei com medo em alguns momentos da sua ação, medo das coisas saírem do controle, de você surtar talvez. Por isso perguntei se vc estava consciente.
    Acho que seu exercício gerou muita catarse pra você, o que é bom. Agora você precisa ver o que disso você transforma em material cênio.
    Beijos e labutemos

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  5. Queridos, esta consciência de mim existe, de fato estou aprendendo a lhe dar com ela, com essa consciência de SER. Importante estar entre vocês, aprendo cada dia mais.
    Beijos

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