quinta-feira, 24 de junho de 2010

Pensamentos que me ocorreram (Escrito por Atilio Rocha)

A música, diferentemente das artes plásticas, não se presta a ser posta numa redoma de vidro, exposta em museus, muito pelo contrário, existe para ser executada, ouvida, entidade viva, enfim. 
          Por este motivo é um absurdo o atual distanciamento desta arte para com seu destinatário, o público, e categorizada com um pejorativo “erudita”.
         A idéia (sabe-se lá porque tão em voga) do músico como um “semideus, emissário do sublime, aquele que só será compreendido pelas gerações futuras, post-mortem”, é um estigma inventado e cultivado por uma comunidade bastante limitada e localizada de artistas, a saber, a geração européia pós-Goethe. Nos outros 99,9% da história e localidades, o músico é um profissional como qualquer outro, qualificado e que espera realizar da melhor maneira possível sua arte e ofício, seja qual a ocasião a que se destina.
         Talvez esta elitização tenha sido um dos motivos mais elementares para o afastamento que ora observamos da música para com o seu público e consumidor, e nosso dever estimular a consciência de quão errônea é a idéia que temos da música enquanto arte e do artista como seu realizador e artesão perante a sociedade (idéia coerente em seu devido contexto, de fato).
         E também, para que o direito de escolha possa ser exercido pelo grande público, é necessário que a obra de arte música seja mostrada como o que é simplesmente, a arte da manipulação sonora, e não um monstro ou um graal sagrado para ser desfrutado somente pelos cruzados, ou seja lá o que for.
Logo Abaixo segue umlink pra sinfonia do Berio tb, que aliás é uma das maiores obras jamais escritas
Clique aqui São quatro partes, acho, mas é fácil ir seguindo.

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