e que ainda durmo. O meu corpo antigo, moído de eu viver, diz que é muito cedo ainda... Sinto-me febril de longe. Peso-me não sei por-quê...
(...)
Minha atenção bóia entre dois mundos e vê cegamente a profundeza de um mar e a profundeza de um céu; e estas profundezas interpenetram-me, misturam-se, e eu não sei onde estou nem o que sonho.
(...)
Com uma lentidão confusa acalmo. Entorpeço-me. Bóio no ar, entre velar e dormir, e uma outra espécie de realidade surge, e eu em meio dela, não sei de que onde que não é esse...
(...)
* Trecho do texto: Na Floresta do Alheamento. Fernando Pessoa (O Eu profundo e os outros Eus)
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