Não somos apenas nós que levantamos perguntas, quando a ação abre seu espaço na rua, nos deparamos com o Outro, os Outros e seus questionamentos, legítimos e sinceros à forma de cada um:
O que é que vocês estão fazendo aqui?
Eu posso participar do teatro?
Deixa eu te ajudar? Eu gosto de ajudar.
Eu queria sentar na cadeira.
Viu? Rua = coração.
Na rua Aarão Reis em Belo Horizonte, naquele 12 de agosto, transitavam pessoas as mais distintas. Cada uma criando, ou não, a sua relação com a intervenção disruptiva do cotidiano que as ambulantes propunham.
Assim, houveram espectadores, passantes, participantes, interlocutores, o público tem diversas faces e é sempre uma surpresa encontrá-las e descobri-las.
Aconteceu uma espécie de reciprocidade, um reconhecimento da alteridade dentro de uma interação estética que se deu em ato, presença, imanência.
Transeuntes invisíveis ganharam visibilidade, seus corpos foram reconhecidos e sua subjetividade aflorada.
Nesse movimento, a rua vai revelando seus fluxos intensivos que vão compondo a intervenção, camadas da cidade vão vindo à tona, os limites entre arte e vida são borrados, e um campo vivo de forças fica ali, pulsando enquanto houver corpo que o sustente.
Viu? Rua = coração.
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