segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Um olhar em estado de observância sobre a Ação ME KAHLO

Duas mulheres, dois paletós, duas cadeiras e dois músicos. Numa avenida, a feira de domingo, um mar de barracas e compradores. Uma cidade barulhenta que não parou para ver, ouvir e sentir a Ação. Eu em estado de observância ME KAHLO ao ver os dois corpos em potente Ação.

Primeiro, um entre olhar-se, um escutar-se e escutar a música, relacionar-se com a cadeira mochila, sentir as vibrações do ambiente, feira ao ar livre. Logo o deslizar pela cadeira e pelo corredor de frutas, verduras e legumes foi nos conduzindo para um jogo de cores, cores de Frida Kahlo. Duas mulheres, mas poderia ser apenas uma, duas partes dentro de nós, homem e mulher, luz e sombra, amor e ódio, o bonito e o feio, o achar-se e o perder-se...

Depois a busca pelo corpo de um outro qualquer que coubesse no paletó, para apenas vesti-lo, ou dançar ao ritmo da música. E quando o corpo abre-se para outros corpos, vê-se corpos presentes em potente interlocução, mesmo que seja por instantes. Instantes que rompem com a barreira do espaço/tempo e nos conduzem para o lugar do imaginário e do simbólico, que agora permanecem em fragmentos de memória.



Somos conduzidos pelas artistas e músicos para uma faixa de pedestre. Ápice da Ação. Corpos que não só dançam entre os carros, mas bailam entre eles e com eles. E num bailar de cores, sons, gritos e música elas desconfiguram a rotina dominical daqueles que vão à feira. Rasgam o cotidiano e abrem uma fenda para o inusitado. Uma nova paisagem urbana se configura. Os corpos que começaram não eram mais os mesmos, tornaram-se mais presentes, presentes de si, do ambiente e do outro. Os corpos de quem viu e de quem fez a Ação ME KAHLO.

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