quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Em observância… Instruções para o Colapso… do Coletivo Cartográfico…

Segue, abaixo, texto escrito por mim (Sol Bentto) - sobre a apresentação da performance/espetáculo Instruções para o Colapso, realizada em São Bernardo do Campo no dia 14/09, durante a circulação apoiada pelo ProAC Primeiras Obras de Dança 2012, em parceria com o CLAC (Centro Livre de Artes Cênicas):


Em observância… Instruções para o Colapso… do Coletivo Cartográfico…
Dia quente muito quente em São Bernardo do Campo, dia 14. Três mulheres adentraram a praça, corpos lentos, buscando a errância e o desconforto da cidade, corpo frágeis. Numa cidade provinciana como São Bernardo, no centro da cidade, na praça da Matriz algumas pessoas paravam para observá-las, olhares estranhos, curiosos – ali as estrangeiras e seus corpos em potência, em latência, buscando um estado gerativo.
Subiram as escadas da igreja, depois, derreteram-se, uma a uma – água, fluxo. De repente – um grito! Há um lapso descontrolado descontrolando o meu corpo que as observava atentamente.
Então, olhares. Cria-se um jogo. Corpos que se tocam num total frenesi, força, risco, embate e dor. Dói ver! Dói em mim!
Corpos no chão, corpos ao chão, desmembramento. Sou conduzida pelas artistas, a adentrar em mim e, então, não sou mais eu, sou elas, sou os outros observantes, passantes, transeuntes, pipoqueiros, senhoras e senhores, crianças, mãe e o sorvete a derreter no calor insuportável.
Uma nova paisagem se configura no espaço, funde-se com elas, e para elas – presente para nós. Corpos extra-cotidianos, instiga/dores, investiga/dores. E assim, não éramos mais os mesmos, nem elas, nem eu.
Corpos frágeis? Sim! Corpos fortes!

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