sábado, 7 de agosto de 2010

Direcionando olhares mais uma vez...

Dia 07 de agosto às 10h, sábado de sol gelado, uma artista vestida de branco e com um peixe no aquário, saiu da Câmara de Cultura e caminhou pela Av. Marechal na cidade de São Bernardo.
Seu caminhar era lento, zeloso pois o que estava em sua mão simbolizava a si própria: o peixe.
Como acontecera com outra artista no dia 03/08, muitos a olhavam com desconfiança, alguns soltavam piadinhas ao passar por ela.
Com seu olhar compenetrado em seu peixe e seus ouvidos abertos para o mundo, caminhou até a Praça da Matriz e ali instalou-se, sua ação já durava aproximadamente 1h, quando chegou um homem perto de mim e disse:
_Moça, o que ela faz ali? por que ela esta olhando tanto para aquele peixe? Ela não pode ficar ali. Não é justo, é muito sofrimento para uma pessoa só! Sinto como se fosse eu!
Seu olhar era de pura compaixão, preocupação, zelo.

Ao que respondi:
_Vá até lá e fale tudo isso para ela, quem sabe ela não irá lhe ouvir.
O mesmo foi, mas a artista com os olhos repletos de lágrimas, só o olhava com profunda dor e não dera importância ao que ele dizia.
Ele saiu, bateu com a mão em meu ombro e disse:
_Ela não me ouviu! - cabisbaixo, seguiu seu caminho...

A ação continuou por mais 1h, muitas pessoas paravam, olhavam, mas poucas conseguiram observá-la por muito tempo, poucas conseguiram ver o invisível, o não palpável, àquilo que esta longe dos olhos, mas perto do coração, da alma. Os olhos viciados ainda querem enxergar o visível daquilo que esta no 'senso comum'.

Em meu estado de observância, senti um olhar verdadeiro para com a moça de branco, somente daquele homem, ele me tocou profundamente num lugar que nem eu mesma havia me tocado.

Ainda que, O ACONTECIMENTO não se dera em sua chama mais ardente, houve faiscas...

Eu espero! eu desejo!!

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